Questão 1
(Fuvest) Texto para a questão
Em silêncio
Precisava de silêncio para pensar, ordenar sua vida e rumos. Juntou poucas coisas, navegou até uma ilha deserta. Mas a gritaria das aves marinhas fundia-se com o farfalhar do vento nas palmeiras, e quando ambos se calavam, batiam inevitáveis as ondas contra as pedras. Silêncio não havia. Tomou suas coisas, voltou ao continente, recolheu-se numa gruta em montanha distante. Embora isolado, logo se viu rodeado de ruídos, pequenos alguns, minúsculos outros, que o aparente silêncio circundante agigantava. Era o gotejar do excesso de umidade, o esvoejar dos morcegos ao anoitecer, o zumbir de um ou outro inseto, um gorjear lá fora, um escavar cá dentro, um rastejar, e o ronco majestoso dos trovões, o estalar dos relâmpagos. Novamente arrebanhou seus poucos pertences. E desceu a montanha, regressou à cidade. As chaves da sua casa tilintavam no bolso, não atendeu ao apelo. Tomou ônibus e metrô, caminhou até a praça mais central. Ali, onde tantos passavam e as buzinas dos carros e os apitos dos guardas e o gritar dos ambulantes e o chamado das sirenes se entrecruzavam, sentou-se. Assim como havia ignorado as chaves, ignorou os sons todos que lhe atingiam a cabeça, esqueceu os ouvidos. E, vagarosamente, começou a descida em seu silêncio interior.
Marina Colasanti. Hora de alimentar serpentes. Global, 2013
O sufixo “-ejar”, presente em “esvoejar”, desempenha papel semântico específico na construção do verbo, conferindo-lhe a ideia de:
A) Estado contínuo e permanente.
B) Movimento leve e intermitente.
C) Intensificação de uma ação.
D) Formação de substantivos abstratos.
E) Relação de causa e consequência.
Questão 2
(JVL-Concursos) Qual exemplo NÃO se caracteriza como derivação por sufixação?
A) felizmente
B) atordoado
C) nublar
D) encardido
Questão 3
(Máxima)
VIOLÊNCIA CONTRA JORNALISTAS NO BRASIL
O jornalismo é uma das profissões mais relevantes da atualidade. Em um cenário em que as mídias digitais crescem e, junto delas, a desinformação, o jornalismo tem se tornado uma ferramenta importante para apresentar dados que levam a verdade ao público e, ao mesmo tempo, propor uma formação a fim de identificar e denunciar as notícias falsas. Apesar disso tudo, o jornalismo vem sendo vítima de constantes ataques por parte da própria população à qual os profissionais prestam seus serviços.
Em um relatório elaborado anualmente pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), constatou-se que o Brasil teve, em 2021, 145 casos de violência não letal contra jornalistas. Dentre as violações, destacam-se ofensas, agressões, ameaças, atentados e injúrias, que colocam em risco a profissão de jornalista no país. Em um ranking internacional sobre liberdade de imprensa, promovido pela Organização Repórteres sem Fronteiras (RSF), o Brasil ocupou a posição 111, encontrando-se na zona vermelha da classificação.
Os dados e informações acima visam a uma posição veemente contra qualquer tipo de intimidação por parte dos profissionais deste ou de qualquer outro veículo de imprensa do nosso país. O caso ocorrido na semana passada, infelizmente, contribui para o aumento das estatísticas apresentadas pelas organizações de proteção aos profissionais de imprensa nacional e internacional.
(português.com.br – google)
“O caso ocorrido na semana passada, infelizmente, contribui para o aumento das estatísticas apresentadas pelas organizações de proteção aos profissionais de imprensa nacional e internacional.”
Levando em consideração a palavra destacada, esta SOFREU o processo de formação de palavras:
A) apenas de prefixação
B) apenas de sufixação
C) de parassíntese
D) de prefixação e sufixação
Questão 4
(FCC) Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.
Em O fim da teoria, Chris Anderson afirma que quantidades inimagináveis de dados (o Big Data) tornariam as teorias completamente obsoletas: "Hoje, empresas que cresceram em uma era de dados massivamente abundantes não precisam se contentar com modelos errados. Na verdade, elas não precisam mais se contentar com modelos”. A psicologia ou sociologia orientada por dados torna possível prever e controlar com precisão o comportamento humano. As teorias estão sendo substituídas por dados diretos.
O Big Data, na verdade, não explica nada. Apenas revela correlações entre as coisas. Mas as correlações são a forma mais primitiva de conhecimento. Nada é compreendido nas correlações. O Big Data não é capaz de explicar por que as coisas se comportam da maneira como se comportam. Não são estabelecidas conexões causais nem conceituais.
A teoria como narração cria uma ordem de coisas, relacionando-as umas com as outras e explicando por que elas se comportam da maneira como se comportam. Em contraste com o Big Data, ela nos oferece a forma mais elevada de conhecimento, qual seja, a compreensão. O Big Data, por outro lado, é totalmente aberto.
A teoria na forma de desfecho prende as coisas em uma estrutura conceitual e as toma, com isso, apreensíveis. O fim da teoria significa, em última instância, dizer adeus ao conceito como espírito. A inteligência artificial funciona muito bem sem o conceito. Inteligência não é espirito. Somente o espírito é capaz de uma nova ordem das coisas, de uma nova narração. A inteligência calcula. O espírito, todavia, narra. Em um mundo saturado de dados e informações, a capacidade de narrar se atrofia. Com isso, a construção de teorias se torna algo mais raro, até mesmo arriscado.
A inteligência artificial não pode pensar porque não pode se apaixonar, porque não é capaz de uma narração apaixonada. Os diálogos de Platão já deixam claro que a filosofia é uma narração. A filosofia como ciência renega seu caráter narrativo originário. Ela se priva de sua linguagem. Emudece. Assim, a atual crise da narração também está se apoderando da filosofia e lhe pondo um fim. No instante em que a filosofia reivindica ser uma ciência, ser uma ciência exata, seu declínio começa.
(HAN, Byung-Chul. A crise da narração. Trad. Daniel Guilhermino. Petrópolis: Editora Vozes. edição digital, 2023)
O adjetivo formado por um prefixo de negação está sublinhado em:
A) Apenas revela correlações entre as coisas.
B) tornariam as teorias completamente obsoletas.
C) empresas que cresceram em uma era de dados massivamente abundantes.
D) O fim da teoria significa, em última instância, dizer adeus ao conceito como espírito.
E) quantidades inimagináveis de dados.
Questão 5
(Avança-SP) Na palavra “afônico” ocorre o prefixo a-, de sentido privativo. A palavra em que esse mesmo prefixo ocorre, com sentido de privação ou negação, é:
A) aparecer.
B) adepto.
C) avermelhado.
D) amansar.
E) amoral.
Questão 6
(Educa)
Na tira acima, observa-se um jogo linguístico envolvendo a palavra “ioiô”. Considerando os processos de formação de palavras na Língua Portuguesa, assinale a alternativa CORRETA sobre a estrutura dessa palavra.
A) “Ioiô” é um exemplo de composição por justaposição.
B) A palavra “ioiô” é formada por derivação sufixal.
C) Trata-se de um exemplo de reduplicação.
D) “Ioiô” é um caso de hibridismo.
E) A palavra “ioiô” é formada por derivação imprópria.
Questão 7
(Fundatec) O prefixo “in-” em “inflexível” traz um sentido negativo à palavra “flexível”, significando algo que não é flexível. Sendo assim, são palavras na qual o prefixo “in-” tem sentido negativo, EXCETO:
A) Inalcançável.
B) Indicativo.
C) Inexistente.
D) Indisponível.
E) Invisível.
Questão 8
(Instituto Consulplan) Assinale a alternativa em que o significado do prefixo destacado foi INCORRETAMENTE indicado.
A) “impessoal” (12º§) im- = ausência.
B) “desconexão” (5º§) des- = separação.
C) “transparente” (9º§) trans- = através de.
D) “submeteu” (8º§) sub- = posição superior.
Questão 9
(Selecon) Na palavra “consentimento”, o elemento mórfico em destaque significa “ato de realizar uma ação expressa pelo verbo de base”. Assim, “consentimento” significa “ato de consentir”. Esse mesmo elemento em destaque está presente, com o mesmo sentido, na palavra:
A) cimento
B) fragmento
C) monumento
D) pensamento
Questão 10
(Vunesp)
(Bob Thaves, “Frank & Ernest”. Disponível em: https://www.estadao.com.br/cultura/quadrinhos. Acesso em 28.07.2024)
No contexto comunicacional apresentado, na flexão do termo “palavrinha”, o sufixo aduz ao substantivo sentido de
A) palavra pequena.
B) conversa breve.
C) conversa tensa.
D) palavra proibida.
E) conversa formal.
Questão 11
(Instituto Fênix) TEXTO PARA A QUESTÃO.
Escolhendo times na escola
Se eu pudesse voltar atrás, não participaria dos jogos da exclusão, dos jogos da rejeição da minha infância.
Teria boicotado, feito greve, discursado contra.
Há dores que demoram para doer. A consciência social nem sempre é pontual, nem sempre está desperta desde cedo.
Eu não previa os efeitos danosos para tantos outros meninos como eu.
Uma vez que eu não arcava com o preconceito, não entendia a sua influência perniciosa, o seu papel desagregador, o seu exemplo antieducacional.
Nas aulas de educação física, o professor indicava dois colegas para escolher os times. Cada um desfrutava do direito de chamar, alternadamente, integrantes para sua equipe.
Eu sempre fui boleiro, e terminava sendo um dos primeiros recrutados. Não penava como alvo da perseguição. Dispunha da confiança imediata dos meus semelhantes, então me calava.
Depois que os melhores eram convocados, numa disputa de preferência por quem havia mostrado habilidade nas peladas do recreio, acontecia um bizarro concurso para evitar os piores no próprio time.
Os capitães se digladiavam para não contar com os “pernas de pau” em sua formação. Xingavam publicamente os que sobravam no final da seletiva.
Disparavam desaforos para crianças indefesas que estavam ali justamente para aprender futebol. Crianças que não tinham nenhuma obrigação de conhecer os fundamentos do esporte.
— Pode ficar, jogamos com um a menos.
— Ele não, é muito ruim.
— Nem colocando de goleiro.
— Ele não presta nem como poste.
Qual o propósito da escola senão dar chance para quem nunca entrou em campo? Mas vivemos num país segregador, pulando etapas, em que é difícil ensinar o básico. Parece que todo mundo deve nascer sabendo.
Assim muitos jovens perderam a vontade de comparecer a interações coletivas, postos de lado já nos ensaios e treinos da vida.
Eu queria pedir desculpa retroativa a todos que foram zombados nas peneiras estudantis, apelidados de “perebas” ou de “babas”, ofendidos pela sua aparência, num bullying perigoso sobre obesidade e demais características físicas.
A todos que não receberam uma mísera oportunidade, um único incentivo, a proteção do acolhimento, o cuidado para se entrosar pouco a pouco, sem a hierarquia sumária de valor, sem o julgamento prévio.
Lamento a minha passividade. Tão obcecado no meu desempenho, focado no meu individualismo, egoísta nos dribles, feliz com a fragilidade do adversário, eu não via na época o quanto eles sofriam com qualquer erro, qualquer passe torto, qualquer tiro a gol longe da meta, defenestrados por antecipação. Atuavam sob o signo do pânico e da opressão, para confirmar expectativas e agouros. Não se encontravam relaxados ou motivados. Experimentavam um terrorismo psicológico desmedido. Não usufruíam de paz para tentar, falhar, retomar, condenados a provar o engano nos primeiros minutos de bola rolando. A indisposição reforçava os estereótipos, os rótulos, os recalques.
Já começávamos a aula derrotados moralmente.
Autor: Fabrício Carpinejar - GZH (adaptado)
A palavra “publicamente”, utilizada no texto, é formada por meio de:
A) Derivação sufixal.
B) Derivação regressiva.
C) Derivação prefixal.
D) Composição por aglutinação.
Questão 12
(Instituto IBDO Projetos)
“É sublime o cantar dos pássaros.”
Na palavra grifada ocorre o processo denominado:
A) Conversão
B) Parassíntese
C) Derivação prefixal
D) Derivação sufixal
Resposta Questão 1
Alternativa B.
A palavra “esvoejar” é formada por derivação, e o sufixo -ejar é responsável por criar o sentido de movimento leve, como voo de asas, e contínuo, ou seja, intermitente.
Resposta Questão 2
Alternativa C.
A palavra “‘felizmente” tem o acréscimo do sufixo -mente após “feliz”. A palavra atordoado tem o sufixo -ado após o radical atord-. E a palavra “encardido” tem o sufixo -ido. Só a palavra “nublar” não apresenta sufixo.
Resposta Questão 3
Alternativa D.
A palavra “infelizmente” é formada com o radical -feliz- e o acréscimo do prefixo in- e o sufixo -mente; mas é possível que a palavra contenha só o prefixo “infeliz” ou só o sufixo “felizmente”, portanto é uma derivação por prefixação e por sufixação.
Resposta Questão 4
Alternativa E.
A palavra “inimagináveis” é formada pela inserção do prefixo in- na palavra “imagináveis”. O acréscimo desse prefixo dá a ideia de negação, algo que não é imaginável, por isso a alternativa correta é a E.
Resposta Questão 5
Alternativa E.
Na palavra “amoral”, o prefixo a- representa a negação do sentido de “moral”, ou seja, algo que não apresenta moralidade.
Resposta Questão 6
Alternativa C.
A palavra “ioiô” é formada pela repetição da sílaba “io”, dessa forma, classifica-se como um processo de reduplicação.
Resposta Questão 7
Alternativa B.
Todas as alternativas apresentam o prefixo in- com sentido de negação de algo. No entanto, na palavra “indicativo”, o “in” não é um prefixo de negação, ele faz parte do verbo “indicar”.
Resposta Questão 8
Alternativa D.
A alternativa D analisa incorretamente o prefixo “sub”, pois este significa algo em posição inferior, anterior ou subordinada, e não superior.
Resposta Questão 9
Alternativa D.
Na palavra “pensamento”, o elemento mórfico “mento” significa ato de pensar, ou seja, é semelhante ao que ocorre na palavra “consentimento”. Nas demais alternativas, o elemento não tem esse mesmo sentido.
Resposta Questão 10
Alternativa B.
O sufixo -inha emprega o diminutivo do substantivo “palavra”, mas, no contexto, isso indica uma conversa rápida, por isso a alternativa correta é a B.
Resposta Questão 11
Alternativa A.
A palavra “publicamente” é formada pela inserção do sufixo -mente no morfema “publica”, sendo assim, é um processo de derivação sufixal.
Resposta Questão 12
Alternativa A.
A palavra “cantar” é originalmente um verbo, no entanto, na frase está agindo como um substantivo. O nome do processo de formação em que uma palavra desempenha a função de outra classe de palavras é chamado de conversão ou derivação imprópria.
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