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Exercícios sobre função metalinguística

Com estes exercícios sobre função metalinguística, você aprimorará suas habilidades de comunicação, interpretação e expressão.

Questão 1

ENEM (2014)

O exercício da crônica

Escrever crônica é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, como faz um cronista; não a prosa de um ficcionista, na qual este é levado meio a tapas pelas personagens e situações que, azar dele, criou porque quis. Com um prosador do cotidiano, a coisa fia mais fino. Senta-se ele diante de uma máquina, olha através da janela e busca fundo em sua imaginação um assunto qualquer, de preferência colhido no noticiário matutino, ou da véspera, em que, com suas artimanhas peculiares, possa injetar um sangue novo. Se nada houver, restar-lhe o recurso de olhar em torno e esperar que, através de um processo associativo, surja-lhe de repente a crônica, provinda dos fatos e feitos de sua vida emocionalmente despertados pela concentração. Ou então, em última instância, recorrer ao assunto da falta de assunto, já bastante gasto, mas do qual, no ato de escrever, pode surgir o inesperado.

(MORAES, V. Para viver um grande amor: crônicas e poemas. São Paulo: Cia das Letras, 1991).

Predomina nesse texto a função da linguagem que se constitui

(A) nas diferenças entre o cronista e o ficcionista.
(B) nos elementos que servem de inspiração ao cronista.
(C) nos assuntos que podem ser tratados em uma crônica.
(D) no papel da vida do cronista no processo de escrita da crônica.
(E) nas dificuldades de se escrever uma crônica por meio de uma crônica.

Questão 2

A letra desta música tem predominância de que função da linguagem?

Samba de uma nota só
Eis aqui este sambinha feito numa nota só.
Outras notas vão entrar, mas a base é uma só.
Esta outra é consequência do que acabo de dizer.
Como eu sou a consequência inevitável de você.
Quanta gente existe por aí que fala tanto e não diz nada,
Ou quase nada.
Já me utilizei de toda a escala e no final não sobrou nada,
Não deu em nada.
E voltei pra minha nota como eu volto pra você.
Vou contar com uma nota como eu gosto de você.
E quem quer todas as notas: ré, mi, fá, sol, lá, si, dó.
Fica sempre sem nenhuma, fique numa nota só.
Tom Jobim/Newton Mendonça

(A) Metáfora
(B) Metalinguagem
(C) Emotiva
(D) Poética
(E) Eufemismo

Questão 3

Observe a gravura de Maurits Cornelis Escher:

Drawing Hands – obra surrealista de Escher
Drawing Hands – obra surrealista de Escher

Essa imagem é constituída predominantemente por qual função da linguagem?

(A) Referencial
(B) Emotiva
(C) Metalinguagem
(D) Personificação
(E) Ambiguidade

Questão 4

Catar Feijão
1.
Catar feijão se limita com escrever:
joga-se os grãos na água do alguidar
e as palavras na folha de papel;
e depois, joga-se fora o que boiar.
Certo, toda palavra boiará no papel,
água congelada, por chumbo seu verbo:
pois para catar esse feijão, soprar nele,
e jogar fora o leve e oco, palha e eco.

2.
Ora, nesse catar feijão entra um risco:
o de que entre os grãos pesados entre
um grão qualquer, pedra ou indigesto,
um grão imastigável, de quebrar dente.
Certo não, quando ao catar palavras:
a pedra dá à frase seu grão mais vivo:
obstrui a leitura fluviante, flutual,
açula a atenção, isca-a como o risco.
João Cabral de Melo Neto

O poema de João Cabral de Melo Neto compara o ato de catar feijão com a produção de um poema. Nesse texto, qual é a função da linguagem que o autor predominantemente utiliza?

(A) Metáfora
(B) Comparação
(C) Poética
(D) Metalinguagem
(E) Ironia

Respostas

Resposta Questão 1

Alternativa (E), visto que a mensagem do texto é centrada em seu próprio código. No texto, o cronista apresenta, por meio de uma crônica, alguns impasses encontrados por quem produz esse gênero textual.

Resposta Questão 2

Alternativa (B), visto que esse samba diz sobre o fazer musical de um samba.

Resposta Questão 3

Alternativa (C), visto que é um desenho que representa o fazer artístico de desenhar. Além da referência de Escher a ele mesmo (retrato de suas mãos).

Resposta Questão 4

Alternativa (D), uma vez que o foco principal do poema é sobre a arte, com seus impasses e encantos, de escrever um poema. O autor escreve um poema para falar de um poema.

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