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Exercícios sobre a prosa no pós-modernismo

Estes exercícios sobre a prosa no pós-modernismo exigem conhecimentos sobre as principais características desse período, bem como sobre seus principais representantes.

Questão 1

Sobre o pós-modernismo, é correto afirmar, exceto:

a) Pós-modernismo é o nome dado às mudanças ocorridas nas ciências, nas artes e nas sociedades desde 1950.

b) O pós-modernismo é um termo de periodização artística e literária que se refere ao que vem depois do modernismo, abrangendo suas três fases: primeiro modernismo dos anos 20, modernismo dos anos 30-45, modernismo canônico de meados dos anos 40 e 60.

c) As narrativas pós-modernas apoiam-se no cotidiano, daí o seu caráter espontâneo, e dão prioridade às temáticas que levam ao inconsciente coletivo.

d) Os temas da prosa pós-modernista são extraídos do cotidiano e tratados com irreverência. Essa abordagem tinha como objetivo destruir e contestar os valores artísticos do passado, bem como os valores ideológicos, sociais e históricos que forjaram o patriotismo brasileiro.

e)  Enquanto o Concretismo consolidava suas características na poesia, a prosa pós-modernista seguia por diferentes estilos, marcada por tendências diversas: regionalista, urbana, intimista, política, realista-fantástica, além de crônicas e contos.

Questão 2

Entre as principais obras literárias da prosa pós-modernista estão:

I. Morte e vida severina, de João Cabral de Melo Neto.

II. Memórias sentimentais de João Miramar, de Oswald de Andrade.

III. As meninas, de Lygia Fagundes Telles.

IV. Amar, verbo intransitivo, de Mário de Andrade.

V. Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa.

a) I, III e V.

b) II e IV.

c) II, III e V.

d) I e V.

e) III, IV e V.

Questão 3

(UFES – ES)

“Alguém que ainda pelejava, já na penúltima ânsia e farto de beber água sem copo, pôde alcançar um objeto encordoado que se movia. E aquele um aconteceu ser Francolim Ferreira, e a coisa movente era o rabo do burrinho pedrês. E Sete-de-Ouros, sem susto a mais, sem hora marcada, soube que ali era o ponto de se entregar, confiado, ao querer da correnteza. Pouco fazia que esta o levasse de viagem, muito para baixo do lugar da travessia. Deixou-se, tomando tragos de ar. Não resistia.”

Guimarães Rosa - O burrinho pedrês

A característica regionalista presente no fragmento literário acima é

a) a exploração dos homens e dos animais pelos proprietários no meio rural.

b) o mal-estar gerado pela decadência social.

c) a observação minuciosa da fauna e da flora de uma região.

d) a integração dos homens e dos bichos a seu meio ambiente.

e) o respeito pelas superstições e sentimentos populares.

Questão 4

(Enem – 2013)

Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou.

[...]

Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever. Como começar pelo início, se as coisas acontecem antes de acontecer? Se antes da pré-pré-história já havia os monstros apocalípticos? Se esta história não existe, passará a existir. Pensar é um ato. Sentir é um fato. Os dois juntos – sou eu que escrevo o que estou escrevendo. [...] Felicidade? Nunca vi palavra mais doida, inventada pelas nordestinas que andam por aí aos montes.

Como eu irei dizer agora, esta história será o resultado de uma visão gradual – há dois anos e meio venho aos poucos descobrindo os porquês. É visão da iminência de. De quê? Quem sabe se mais tarde saberei. Como que estou escrevendo na hora mesma em que sou lido. Só não inicio pelo fim que justificaria o começo – como a morte parece dizer sobre a vida – porque preciso registrar os fatos antecedentes.

LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro:  Rocco, 1998 (fragmento).

A elaboração de uma voz narrativa peculiar acompanha a trajetória literária de Clarice Lispector, culminada com a obra A hora da estrela, de 1977, ano da morte da escritora. Nesse fragmento, nota-se essa peculiaridade porque o narrador

a) observa os acontecimentos que narra sob uma ótica distante, sendo indiferente aos fatos e às personagens. 

b) relata a história sem ter tido a preocupação de investigar os motivos que levaram aos eventos que a compõem.

c) revela-se um sujeito que reflete sobre questões existenciais e sobre a construção do discurso.

d) admite a dificuldade de escrever uma história em razão da complexidade para escolher as palavras exatas.

e) propõe-se a discutir questões de natureza filosófica e metafísica, incomuns na narrativa de ficção.

Respostas

Resposta Questão 1

Alternativa “d”. As características descritas na alternativa “d” dizem respeito à primeira fase do modernismo brasileiro, também conhecida como fase heroica.

Resposta Questão 2

Alternativa “a”. Memórias sentimentais de João Miramar, de Oswald de Andrade, e Amar, verbo intransitivo, de Mário de Andrade, representam a primeira tentativa de construção do romance moderno no Brasil, portanto, estão temática e cronologicamente vinculados à primeira fase modernista.

Resposta Questão 3

Alternativa “d”.

Resposta Questão 4

Alternativa “c”. Na questão sobre o fragmento do livro “A hora da estrela”, de Clarice Lispector, podemos perceber a preocupação em abordar os aspectos relacionados com a composição do texto literário. A peculiaridade da voz narrativa de Clarice mostra as reflexões existenciais do sujeito em crise e também uma técnica de construção do discurso muito presente na linguagem da escritora, o “fluxo de consciência”, no qual a personagem deixa de narrar para fazer reflexões acerca do próprio comportamento.


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